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10 agosto 2012

Números (não) mentem

Na década cinquenta Darrell Huff lançou um livro que fez muito sucesso: How to lie with Statistics. É um livro pequeno, mas muito interessante (tenho a edição de 1993). Mais recentemente, Paulos também discutiu a ignorância que as pessoas têm com os números (li o interessante A Mathematician Plays the Stock Market)

Seife, em “Os números (não) mentem”, trabalha com a mesma ideia: tenta mostrar como a matemática pode ser enganosa e manipulada. A quantidade de exemplos é bastante interessante. O autor mostra as “falácias matemáticas” em diversas áreas: na pesquisa de opinião, nas eleições, na justiça etc. É um livro muito interessante para o leitor que deseja conhecer melhor os erros que somos submetidos (ou que as pessoas cometem) quando lidam com os números. Algumas discussões são empolgantes. Fatos curiosos são narrados ao longo da obra, como o projeto de lei de um senador de Indiana em que o número PI seria arredonda para 3,2. Ou o discurso que o presidente dos Estados Unidos iria ler quando os astronautas da Apolo 11 estivessem mortos: existia um cálculo de probabilidade onde a chance de sobrevivência dos astronautas, ao tentarem pisar na lua, seria mínima.

Como aspecto negativo eu cito dois. Primeiro, o texto perde um pouco de fôlego no seu final, talvez em decorrência da longa discussão sobre o voto distrital – uma realidade dos EUA que não nos interessa muito. Segundo, é o fato de que outros aspectos onde a matemática tem sido usada de maneira ardilosa. Veja o capítulo 8, Propaganda baseada em Números, onde a discussão sobre o uso da matemática na publicidade e sim o uso de números na política.

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